Durante o mês de março, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Norte de Macapá contabilizou 9.772 atendimentos, o maior já registrado em um único mês desde a inauguração, em outubro de 2014. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o registro representa um aumento de 30% da demanda. De acordo com os dados da unidade, a maior parte dos usuários deveria receber a assistência na atenção básica, por se tratar de doenças comuns, como gripe e dor na garganta.
A UPA foi projetada como porte 1, tendo capacidade para atender até 150 pessoas por dia. No entanto, tem recebido mais de 300 usuários diariamente, em busca de assistência. Os registros apontam que 75% destes pacientes recebem classificação de risco entre azul e verde, sendo intercorrências de baixa complexidade, cabendo, o atendimento, ser feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Segundo o diretor da UPA, Rafael Dantas, esse fluxo de atendimento, ocorrendo de forma desordenada, causa prejuízos ao usuário e à administração pública. “Se um paciente com gripe, por exemplo, busca assistência aqui na UPA, vai ter que aguardar uma média de 3 a 4 horas para ser atendido, devido a prioridade ser dos casos mais graves, que é o papel da unidade. E essa desordem também acaba implicando no maior gasto com medicamentos e insumos, além da sobre carga de profissionais, uma vez que a demanda está seis vezes maior que a nossa capacidade”, explicou.
Ainda segundo o diretor, a UPA tem o papel de dar suporte ao Hospital de Emergência (HE), com a estabilização de pacientes de média e alta complexidade, como dor no peito, infarto, hemorragia, entre outros. Casos mais simples como traumas leves, pequenas suturas, curativos, sintomas de gripe, tonturas, dor abdominal, mal-estar e conjuntivite, devem ser direcionados a uma UBS.
Desde 2017, o Governo do Amapá tem trabalhado com campanhas para orientar a população ciente sobre qual tipo de estabelecimento de saúde pública pode procurar de acordo com a gravidade do caso. Se o usuário procurar atendimento no lugar correto, prioritariamente na atenção básica, o Estado poderá potencializar o atendimento das especialidades, diminuindo ainda mais as filas e aumentando a qualidade do cuidado.