terça, 04 de dezembro de 2018 - 11:00h
Amapá prepara ações para todo o mês de dezembro para alertar sobre HIV/Aids e tratamento
Superintendência de Vigilância em Saúde fará atividades em escolas e intensificará trabalho de testagens com municípios.
Por: Júlio Miragaia
Foto: Secom

A partir de terça-feira, 4, e ao longo de todo o mês de dezembro, o Governo do Amapá promove um conjunto de ações voltadas à prevenção ao HIV, à Aids, sífilis e demais Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s).

A Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) promoverá palestras em escolas da rede estadual, com o objetivo de levar a mensagem de responsabilidade e conscientização aos jovens sobre o cuidado com a saúde.

Será também intensificada a mobilização nos municípios para a realização de testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites B e C, com oferta de instrumentos e profissionais para os procedimentos.

Além disso, locais estratégicos de Macapá e Santana receberão dispensadores de preservativos masculinos, femininos e gel lubrificante. Serão distribuídos 300 mil preservativos masculinos, 60 mil femininos e 50 mil lubrificantes.

Uma ação educativa ocorrerá no dia 10 de dezembro, com os agentes de endemias do Estado, na SVS.

Vencer o preconceito

R.A tem 40 anos, e vive com HIV há 6 anos. Ela, que tem um relacionamento estável, tem 10 filhos. A mulher revela que teve os três últimos depois que descobriu ter o vírus. R.A. conta também que, após ter aparecido em um programa de TV local, passou a sofrer preconceito e teve que mudar de endereço.

As dificuldades que surgiram ao longo da vida, porém, não a impediram de procurar o melhor para a família e ter qualidade de vida. “O que é ruim no HIV é o preconceito do ser humano, parece que é um bicho de sete cabeças. Sou alta, gordinha, pouca coisa me deixa pra baixo, tenho a estima altíssima, saúde pra dar vender e alugar, viajo bastante”, contou bem-humorada a mãe que integra o Movimento Nacional de Cidadãs Positivas.

Nem o companheiro e nenhum dos filhos de R.A. são soropositivos. Ela conta, ainda, que recebe a medicação suficiente para um período de até três meses da rede estadual de saúde e que, vencendo o preconceito, consegue ter uma vida com a saúde equilibrada.

Dados

De acordo com a Coordenação Estadual de IST/Aids da SVS, o Amapá registrou em 2018 um total de 174 novos casos de pessoas com HIV. Desse número, 123 são homens e 51 mulheres.

O registro aponta queda em relação aos três últimos anos. Em 2017, foram 269 novos casos; em 2016 o quantitativo chegou a 250; e em 2015, a 135 pessoas infectadas.

A faixa etária com maior número de casos, este ano, é de jovens entre 20 e 29 anos. Nessa idade, há 76 pessoas que foram infectadas.

A capital, Macapá, tem em 2018 a maior concentração de novos casos, com 137 infectados.

Em 2018, 26 gestantes foram registradas como HIV positivo. O resultado é o menor dos últimos quatro anos.

Com a Síndrome da Imuno Deficiência Adquirida (Aids), o Amapá registrou 70 novos casos em 2018. O resultado é a metade do quantitativo do ano passado, quando houve notificação de 142 casos.

Jovens e adultos entre 20 e 39 anos são o principal grupo de contaminados, com 46 notificações.

Há ainda, em 2018, um total de 53 novos casos de sífilis congênita no estado. Menor número de pessoas infectadas com a doença nos últimos três anos. Em 2017, foram 76 casos; e em 2016, as notificações chegaram a 68.

Já os casos em gestantes de sífilis chegaram, este ano, a 182 - o que indica, também, diminuição em relação aos anos anteriores (2017 = 234 casos; e 2016 = 170 casos).

Segundo o Sistema de Informação de Controle e Logística de Medicamentos Antirretrovirais (Siclom), há no Amapá 2.497 pessoas cadastradas, recebendo insumos. O sistema indica também que desse total, 518 pessoas abandonaram o tratamento.

“De um modo geral vemos diminuição nos casos de Aids e HIV acontecendo no estado do Amapá, mas queremos chamar atenção para as Infecções Sexualmente Transmissíveis, onde vemos um aumento muito grande de sífilis, sobretudo nos jovens. Chamamos de ‘sifilização’ da juventude”, analisou o coordenador do IST/Aids da SVS, Ivon Cardoso. 

O coordenador disse que a SVS já tem um projeto destinado a esse combate efetivo, no sentido de disponibilizar todos os insumos necessários para o teste rápido. Além disso, Ivon Cardoso lembra que a pessoa pode fazer o tratamento completo porque a sífilis tem cura. “Em parceria com o Ministério da Saúde, estamos trabalhando no planejamento de estratégias para a eliminação da sífilis no Amapá”, anunciou.

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